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Ambientalistas propõem texto para suceder Protocolo de Kyoto

Representando papel dos países envolvidos nas negociações reais, 50 ONGs chegam a uma proposta tratado

Por Associated Press
Atualização:

Se os delegados de 190 países tiverem dificuldades em chegar Aum novo acordo para a mudança climática na reunião prevista para o fim deste ano em Copenhague, eles poderão se valer de um texto pronto elaborado por ativistas do meio ambiente.

 

 

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Os negociadores dos diferentes governos poderão se consolar com o fato de que também não foi fácil para os ambientalistas chegar a um acordo.

 

Cerca de 50 representantes de organizações sem fins lucrativos de cerca de 20 países trabalharam durante meses para preparar um tratado "falso" que, acreditam, as delegações nacionais poderão aceitar. O documento está sendo divulgado nesta segunda-feira, em meio á mais recente rodada de negociações das nações Unidas, em Bonn, na Alemanha.

 

"Tivemos alguns debates bem intensos. Algumas noites bem compridas, algumas manhãs que começaram muito cedo, desenhos em quadros brancos, desenhos em guardanapos", disse  Keya Chatterjee, do WWF, que representou os Estados Unidos no processo.

 

O documento mapeia obrigações para países ricos e para o mundo em desenvolvimento na tarefa de deter os gases causadores do efeito estufa. Ele exigiria o máximo de ambos os grupos, mas não vai além das propostas já apresentadas.

 

Em uma histórica reunião da ONU em 2007, realizada em Bali, na Indonésia, os países decidiram criar um tratado para suceder o Protocolo de Kyoto de 1997, que obrigava 37 nações industrializadas a cortar a emissão de dióxido de carbono e outros gases em 5%  até 2012, sobre a base das emissões de 1990. Eles se concederam uma margem de dois anos para completar o novo tratado.

 

Com apenas seis meses restantes, os negociadores ainda estão travados em questões importantes. Eles terão três reuniões antes da reunião decisiva de Copenhague, quando o novo acordo deverá ser firmado.

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Organizações não-governamentais, ambientalistas, cientistas e empresários envolveram-se em todas as fases das discussões. Eles fazem lobby com os delegados nos corredores, divulgam artigos científicos e estudos, discursam nas sessões plenárias. Às vezes, são convidados para reuniões a portas fechadas, para assessorar os delegados quanto a questões específicas.

 

Os ativistas que trabalharam no tratado falso tentaram, cada um, defender os interesses de seus países, e tiveram de concordar "que algumas coisas são intocáveis" antes que o acordo fosse possível, disse Chatterjee. "Tivemos de ir além das posições mais enraizadas".

 

O documento sugere a adoção de um orçamento global de carbono para 2020, no qual a poluição total do mundo retornaria aos níveis de 1990. para chegar a isso, os países industrializados teriam de reduzir suas emissões em 40%, com base no nível de 1990, deixando espaço para que as economias em desenvolvimento possam continuar  a crescer.

 

Alguns países de industrialização recente teriam de entrar para o clube dos 37 obrigados a cortar emissões. Essa lsita incluiria Arábia Saudita, Cingapura e Coreia do Sul.

 

Países como a China, que superou os EUA como maior poluidor do mundo, devem adotar planos domésticos de longo prazo para reduzir a taxa de crescimento das emissões.

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