A floresta amazônica é a estrela de uma ópera com ares de superprodução que estreia neste sábado (8) em Munique, na Alemanha. Multimídia, "Amazonas – Teatro música em três partes" levou quatro anos para ser produzida, custou mais de US$ 4,5 milhões e tem patrocinadores como a União Europeia e o Deutsche Bank
“É uma tentativa de atrair atenção para a destruição da floresta amazônica por meio da emoção, e não dos frios números das estatísticas”, disse, em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o idealizador da produção, o filósofo e sociólogo brasileiro, Laymert Garcia dos Santos. “Está cientificamente comprovado que a destruição da floresta vai provocar repercussões em todo o planeta, mas isso ainda não chocou as pessoas ao ponto de se interromper essa degradação. Então, a ideia é deixar o espectador imerso nessa situação, para que ele possa sentir o que está acontecendo e seja afetado por tudo isso.”
Durante as pesquisas para a ópera, foi criada uma espécie de ponte aérea Brasil-Alemanha: cinco xamãs Ianomâmis foram à Alemanha para explicar suas habilidades para os compositores Klaus Schedl e Ludger Brümmer e também para o brasileiro Tato Taborda. Em contrapartida, os músicos fizeram diversas viagens a uma tribo ianomâmi para gravar os sons da floresta.
Aquecimento global e outros dilemas ambientais são apresentados nas três partes da apresentação: “Tilt”, “A queda do Céu” e “A espera da sustentabilidade de um método racional para solucionar o problema climático”. O projeto também tem um lado educacional, desenvolvido pela Hutukara, organização dos ianomâmis. Depois da estreia, professores da tribo vão visitar escolas na Alemanha e no Brasil, para divulgar seus hábitos e costumes.
De Munique, a ópera segue para Roterdã, também na Alemanha. Em julho, "Amazonas" entra em cartaz em São Paulo, com apresentações a partir do dia 21, e depois segue para Portugal. Mas o sonho de Laymerte é que ela seja apresentada no coração da Amazônia, no teatro de Manaus.
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