Água invade a Oca

Megaexposição que abre dia 26 tem um total de 29 obras e instalações que tratam das relações do homem com o bem que possibilita sua perpetuação no planeta: a água

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Por Karina Ninni
Atualização:

Aberta dia 26 no Parque do Ibirapuera, a exposição Água na Oca, organizada pelo Instituto Sangari do Brasil em parceria com o Museu de História Natural de Nova York fica em cartaz até o dia 8 de maio. Aliando ciência, arte e tecnologia, a mostra traz instalações interativas, obras de arte, peças de acervo museológico, aquários reais e virtuais, fotografias e instalações audiovisuais que ocupam os 8 mil m² do pavilhão da Oca. A mostra é dividida por temas, de acordo com cada andar do pavilhão.

 

 

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O subsolo é o andar dedicado às obras de arte. Este piso, chamado de  Desaguar, apresenta cinco obras encomendadas a artistas brasileiros: à dupla Leandro Lima e Gisela Motta, a Sonia Guggisberg, a Laura Vinci, a Márcia Xavier, e ao trio Rejane Cantoni, Raquel Kogan e Leonardo Crescenti.

 

"Queríamos colocar as pessoas na água sem molhá-las", resume a arquiteta Raquel Kogan, explicando a criação da obra, intitulada Água. Trata-se de um imenso expelho flexível no chão (18,5 m x 7 m), sob o qual há uma espuma de 1 cm de espessura. A instalação é composta ainda de três refletores de luz que incidem sobre o espelho. "Como a Oca inteira está pintada de azul, quando as pessoas andam sobre o espelho, provocam movimentos que, refletidos no teto, com a ajuda da luz, dão a impressão de água em movimento", explica Raquel.

 

 

O trio teve de criar de acordo com o espaço. "Tentamos dialogar com a arquitetura. Tínhamos o espaço e um tema, mas não o projeto. Foi um desafio grande. A Oca é um espaço muito poderoso", completa Raquel.

 

"Ao caminhar, a pessoa tem a sensação de estar molhada no seco. Com serão várias pessoas caminhando ao mesmo tempo, a obra é interativa em todos os sentidos, pois os visitantes interagem entre eles ", diz Rejane Cantoni, que já participou de outras exposições organizadas pelo Instituto Sangari.

 

 

No térreo fica o Mundo d’Água, que trata das relações entre a água, a vida e o planeta, suas propriedades, problemas e potenciais. Neste espaço é possível conhecer as diferentes relações entre a água e os seres vivos.

 

 

No primeiro andar, os visitantes são conduzidos por uma instalação que simula uma casa durante uma tempestade e a ameaça da enchente. A exposição vai ainda abordar as ameaças da pesca predatória. Intitulado Infiltração, esse andar apresenta a relação entre a água e a cidadania, a política e a consciência ambiental e individual sobre nosso papel e as nossas vulnerabilidades.

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A zona abissal (as profundezas do mar) é a grande atração do segundo andar do prédio, chamado de A Última Fronteira. Embora hoje seja possível chegar a cerca de dez quilômetros de profundidade, o fundo do mar ainda não foi alcançado. Neste espaço, um vídeo levará o espectador a diferentes lugares, desde os recifes de coral até as partes mais obscuras do oceano.

 

 

A parceria do Instituto Sangari com o Museu de História Natural de Nova York é antiga, e já trouxe ao Brasil as mostras Darwin, Revolução Genômica e Einstein, que juntas receberam quase um milhão de visitantes.

 

"Quando ficou em cartaz no Central Park West, em Nova York, em 2007, a exposição ocupou apenas 800m². Aqui ela é dez vezes maior, o que exigiu grandes adaptações espaciais e físicas. Mas não foi só isso. O conteúdo teve de ser trazido para a realidade brasileira. Para isso, cerca de 200 pessoas trabalharam por um ano e meio", afirma a Diretora Executiva do Instituto Sangari, Bianca Rinzler.

 

Ela salienta a importância da parceria do Instituto Sangari com o Instituto Goethe, que possibilitou a exibição de vídeos de artistas internacionais como Thomas Demand, a dupla Floris Schönfeld e Michael Sewandono, Christine de la Garenne, Gianfranco Foschino, Laura Glusman e Agnes Meyer-Brandis. A Água na Oca é patrocinada pela IBM, pelo Bradesco e pela Petrobras, com copatrocínio da Volkswagen e da Tejofran. Conta também com apoio e participação do Movimento Cyan.

 

 

A exposição tem curadoria artística de Marcello Dantas e curadoria científica liderada por Gustavo Accacio e Mário Domingos. A censura é livre e há serviço de visita monitorada para escolas e grupos infantis.

 

Serviço

 

Local: Pavilhão Lucas Nogueira Garcez (Oca)  Av. Pedro Álvares Cabral, S/Nº – Portão 3, Parque do Ibirapuera

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Horários: terças a sextas-feiras das 9h às 18h (bilheteria até as 17h); quintas-feiras das 9h às 21h (bilheteria até as 20h); sábados, domingos e feriados das 10h às 20h (bilheteria até as 19h).

 

Preços: R$ 20,00 (estudantes e professores com comprovantes pagam meia-entrada); menores de 7 e maiores de 60 anos com documento não pagam.nNo último domingo de cada mês, a entrada é gratuita.

Agendamento para escolas pelo telefone (11) 3883-9090 ou pelo e-mail exposicao@divertecultural.com.br

 

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