Acordo entre China e EUA reduz expectativas para reunião do clima em Paris

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Por DAVIS STANWAY
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China e Estados Unidos anunciaram uma "visão comum" para garantir um ambicioso acordo climático global ainda este ano, mas especialistas dizem que um compromisso central do governo chinês de estabelecer um mercado de carbono em todo o país não representa uma clara mudança de rumo. Em uma declaração conjunta feita durante a visita do presidente Xi Jinping aos Estados Unidos, a China confirmou que irá lançar um esquema nacional de negociação de carbono em 2017, forçando os grandes emissores a comprar créditos para cumprir as metas de redução de CO2. Os dois países –os principais emissores de gases do efeito estufa no mundo– também concordaram em unir forças durante a rodada crucial de negociações para um novo acordo global, em Paris, em dezembro, consentindo em que os objetivos de emissões devem "aumentar ao longo do tempo, no sentido de uma maior ambição". Não houve novas medidas específicas de ambos os lados, no entanto, para pôr em prática as promessas feitas em novembro passado, quando a China disse que iria limitar sua crescentes emissões por "volta de 2030", enquanto os Estados Unidos prometeram cortar de 26 a 28 por cento de seu CO2 em 2025 em comparação com o nível de 2005. "Eu não subestimaria a importância deste tipo de trabalho em conjunto", disse Bret Harper, diretor associado de pesquisa da consultoria de energia limpa RepuTex, da Austrália. "Mas, em termos de substância pura, não houve realmente quaisquer novos anúncios além de algum tipo de coisas confusas sobre o que a China quer fazer no setor de energia e a potencial de ligação dos mercados de carbono em um futuro distante." A conferência de 30 de novembro a 11 de dezembro em Paris será a última tentativa dos líderes mundiais para forjar um acordo destinado a evitar mais ondas de calor, inundações e elevação dos mares na sequência do fracasso das negociações em Copenhague, em 2009. A China e os Estados Unidos têm sido as principais forças que impediram na última década um acordo mundial sobre o clima. Com as duas maiores economias do mundo agora entrando em acordo, um pacto global em Paris se tornou muito mais provável, embora com objetivos menos ambiciosos do que desejam muitos países e instituições, incluindo a União Europeia. (Reportagem adicional de David Stanway, em Pequim; Jacob Grønholt-Pedersen, em Cingapura; e Matt Siegel, em Sydney)

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