A lucrativa web ambiental paralela

Portais faturam criando versões verdes de ícones da internet, usando como mote o consumo responsável e a interação

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Por Leandro Quintanilha
Atualização:

Há uma internet sendo criada na internet. Uma internet temática. Portais, redes sociais, sites de compra, blogs, quase tudo tem uma versão, um correspondente ou uma adaptação verde. Tudo, é claro, em uma versão júnior. Ou nem tanto assim.

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No mundo paralelo da internet verde, o Greenvana Ecostore funciona como uma loja de departamentos virtual focada em sustentabilidade. Ali, especialistas garimpam produtos verdes nacionais e internacionais – e explicam para o consumidor suas características ecológicas.

No portal, você encontra itens para a casa, roupas, acessórios, eletrônicos, artigos de papelarias e até produtos para animais. Para facilitar o entendimento, o Greenvana criou 14 selos para cada um dos aspectos da sustentabilidade que um mesmo produto pode ter, do cultivo de suas matérias-primas a seu descarte.

"Por sermos um negócio, não podemos divulgar números de venda, mas recebemos cerca de 500 mil visitas por mês", afirma Marcos Wettreich, presidente do Greenvana. "Somos o varejo mais curtido no Facebook." Mais que o Submarino, diz.

Trata-se, de fato, de um negócio. Um negócio promissor. Durante a apuração desta reportagem, o banco Santander comprou parte das ações do Greenvana. Como sócio minoritário, não deve interferir na atuação da empresa, mas o aporte de recursos que proporcionou pode acelerar o lançamento de novos produtos e serviços, de acordo com Wettreich. "Devemos ter uma grande novidade por mês a partir de agora", promete o presidente, preservando o mistério.

Outro portal verde (que é também um negócio) é o Made in Forest. A empresa gera receita comercializando espaços publicitários. Ali, é possível encontrar tratados ambientais internacionais, cotações das ações de empresas sustentáveis, mapas e calendários verdes, projetos e modelos de proteção ambiental, um ranking de marcas preservacionistas, programas educacionais à distância e destinos de turismo ecológico, além de produtos, matérias-primas e serviços ecologicamente corretos.

Mas a principal ação do Made in Forest é sua Rede Ambiental Global, "uma espécie de Facebook ecológico", nas palavras de Mauro Martin, um de seus criadores. Ali, cidadãos e entidades podem abrir seus perfis, para trocar informações e contatos. Também é possível "curtir" e comentar tudo o que é publicado.

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A consultora de logística Patricia Guarnieri, de 34 anos, acessa a rede social do Made in Forest há um ano, de Recife. "Uso para conhecer produtos, encontrar postos de reciclagem e fazer amigos" diz. "Só não conheci ninguém pessoalmente ainda porque os encontros só acontecem em São Paulo." Por enquanto.

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