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Por Rodrigo Martins
Atualização:

Política nunca foi assunto deste blog, é bom frisar. Mas é impossível não comentar os novos fatos que estão surgindo. A possível candidatura de Marina Silva à presidência - que é dada como certa, corroborada pela oficialização de seu rompimento com o PT, hoje - balança o coreto do cenário eleitoral que vinha sendo delineado, com a inevitável polarização entre PT e PSDB. Marina Silva seria o elemento estranho que roubaria um naco dos votos de uma parcela importante do eleitorado. Jovens, formadores de opinião, eleitores A/B e mesmo aqueles que simpatizam com a origem humilde da senadora estariam entre seus possíveis eleitores.

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Mas além de dissolver a polarização, a possível candidatura de Marina traz um ingrediente inédito nas corridas eleitorais brasileiras. Ela traz à cena política o ingrediente da sustentabilidade, até então nunca abraçado pelos partidos e candidatos, salvo exceções conhecidas.

E engana-se quem pensa que a questão ambiental é uma bandeira de nicho, restrita aos defensores das florestas e da fauna em extinção. Hoje, é impossível pensar em meio ambiente sem contemplar suas contrapartidas econômicas e sociais. O aquecimento global está aí para mostrar que cada vez mais a agenda ambiental é também, e sobretudo, econômica. Segundo o Relatório Stern, mais imporante documento sobre o custo das mudanças climáticas, mostra que não fazer nada frente a essas questões vai custar pelo menos 20% do PIB mundial.

Nesse cenário, Marina se assemelha em muitos pontos a Obama. Quando apareceu como candidato, o presidente americano era uma figura política "nova", fresca, fora do circuito dos mesmos nomes de outrora. E que pontuou a sustentabilidade em sua campanha e em seu discurso de posse, ao ressaltar o peso do padrão de consumo americano na degradação ambiental e convocar todos à contrução de uma economia verde, pautada pelo desenvolvimento de tecnologias e energias limpas.

Tempos muito interessantes estão por vir.

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