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Câmara aprova Acordo de Paris; texto segue para o Senado

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira, 12, a ratificação do Acordo de Paris, que define ações para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O acordo foi adotado na Conferência do Clima de Paris em dezembro do ano passado e estabelece que os países adotem medidas para limitar o aquecimento do planeta a menos de 2 graus até o final do século.

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Por Giovana Girardi
Atualização:

O encaminhamento do texto para a Câmara foi uma das últimas ações da presidente Dilma antes do afastamento. O acordo segue agora para o Senado. A expectativa é que seja aprovado até o final do ano, antes da realização da próxima Conferência do Clima, que será realizada em Marrakesh, no Marrocos.

Aumentar a presença de energia renovável é uma das metas do Brasil. Tiago Queiroz/Estadão Foto: Estadão

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Como contribuição ao acordo, o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões em 37% até 2025, com indicação de chegar a 43% até 2030, na comparação com os valores de 2005. Para atingir a meta, se propôs a zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, a recuperar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas e aumentar a fatia de fontes renováveis na matriz energética.

"O grande passo que vem a seguir precisará ser dado pelo governo - transformar a nossa economia no caminho da eliminação progressiva e cada vez mais rápida das emissões de gases de efeito estufa. E, para isso, não precisará fazer mais nada além de aproveitar o que o Brasil tem de oportunidades: zerar o desmatamento, restaurar florestas, tornar a agropecuária muito mais eficiente e usar mais o sol, o vento e a biomassa para gerar energia", afirmou Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Para entrar em vigor, o acordo, que começa a valer a partir de 2020, precisa ser ratificado, ou seja, adotado como lei nacional, por pelo menos 55 países que representem 55% das emissões do planeta. Até então, 19 países já tomaram a decisão, mas eles representam somente 0,18% das emissões globais. O maior emissor do mundo, a China, também está com o processo de ratificação encaminhando, assim como a França.

A ratificação, no entanto, é só primeiro desafio. Vários estudos já mostraram que só as promessas feitas no âmbito do acordo não serão suficientes para segurar o aumento da temperatura. Podem, na verdade, deixar o mundo no rumo de aquecer mais de 3 graus.

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